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EDLTRAUD ZIMMERMANN FONSECA

(Brasil – Santa Catarina )

Edltraud Zimmermann Fonseca é natural de Ilhota, SC, mas cresceu no Rio de Janeiro e morou por mais de 30 anos em São Paulo. Mudou-se para Indaial em 1986, após o falecimento de seu marido, Nilton Soares Fonseca. 

SACIEDADE DOS POETAS VIVOS.  VOL. XII. Organizadores: Urhacy Faustino e Leila Miccolis.  Capa: Vande Rota Gomide.Rio de Janeiro: BLOEOS, s. d.  110 p              Ex. bibl. Antonio Miranda

ÊXTASE

Arrebenta meus grilhões,
Tabus, preconceitos!
Deixa-me amá-lo
Somente,
Numa entrega total,
Sem medo,
Submissa,
Corajosamente!
Deixa-me amá-lo
Somente!


NÚPCIAS

Meu corpo adolescente
Do mais puro cristal revestido
Dilata-se
Fazendo-se em estilhaços
Explode
Morno, denso
O néctar do teu sexo
No ar, envolvendo-nos
Forte e inebriante
O cheiro de nosso amor
Fazendo-me
MULHER!


SAUDADE DOÍDA

Ao Nilton, meu marido, amor
maior dos meus dias.

Estou caminhando sozinha
Igual como quando o encontrei:
Triste, desolada, vazia!
Estou caminhando sozinha,
Como quando pela primeira vez
Nos demos as mãos e
Seus passos foram os meus
Aliviando-me o peso da Vida!
Estou vagando chorosa,
Perdida,
Buscando suas mãos,
Seus olhos,
Buscando você!
Estou sozinha,
Estéril!


ESPELHO  

No quarto
O grande espelho
Reflete,
Na tua ausência
Metade de uma
Mulher!


SINFONIA DO AMOR

Corpos se fundindo
Em sinfonia vibrante,
Corpos molhados, suados, colados
Amarrotando lençóis de cetim!
Corpos extenuados,
Cansados,
No último acorde
Da sinfonia única
No grande palco do

AMOR!


MAGIA

Trago no corpo
A poeira dourada das estrelas
Porque você me tocou

Trago no corpo
O perfume da primavera
Porque você me amou!

Trago no corpo
As marcas
De nossa noite
De amor

Que importa
Se no delírio
Dos nossos suspiros
Fomos apenas
Homem e Mulher?

                       
MINHA CANÇÃO

Quero passear meus dedos sôfregos
Pelas longas avenidas do teu corpo
Cheirando a jasmim!
Quero sentir as batidas
Do teu coração
Falando-me de amor!
Quero com minha boca ávida
Teu corpo moreno, molhado
Enxugar!  
Quero acordar nos teus braços
Ou neles morrer!

*

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